Trajetórias de educação permanente em saúde na Argentina : práticas e reflexões da enfermagem
Date
2020-09-20Author
Savi Geremia, Daniela
Jacquier, Nora Margarita
Massaroli, Aline
Santos Araújo, Jeferson
Souza De Oliveira, Jiennifer
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Show full item recordAbstract
A equipe de enfermagem é um recurso humano crítico em saúde, acostumado a atuar em situações dinâmicas e em cenários instáveis, mas a pandemia da Covid-19 representou uma contingência inusitada de grande magnitude que, essencialmente, exigiu que toda a equipe de saúde se atualizasse para dar respostas rápidas e adequadas ao cuidado em saúde da população.
Nessa linha, a pedagogia da problematização é considerada um modelo adequado para a EPS e faz parte da proposta de Programação Local Participativa. Ambas as abordagens têm sido implementadas em diversos programas de formação e/ou atualização contínua nos espaços de trabalho em saúde e estas foram amplamente utilizadas no cenário pandêmico recente.
Segundo a pedagoga argentina Cristina Davini (1995), a EPS constitui-se em um instrumento de intervenção estratégica, capaz de colaborar com a geração de novos modelos e processos de trabalho nas instituições, por meio da transformação das práticas técnicas e sociais. Assim, esse modelo pedagógico está vinculado ao modelo de programação local participativa. Essas iniciativas de EPS tem esse potencial de transformação por estarem centradas nas práticas cotidianas de trabalho, envolvendo diversos atores e uma rede de trabalhadores multiprofissional e interdisciplinar (FERREIRA et al., 2019).
A EPS pode ser desenvolvida por meio de distintas abordagens, sendo definida pelo Ministério da Saúde da Argentina (2021) como uma estratégia sistematizada e global que apoia a melhoria da atuação das equipes de saúde, a partir da atualização de conhecimentos teóricos ou habilidades técnicas específicas. Por meio da EPS se introduz a aprendizagem no ambiente de trabalho, pois as situações problemas que permeiam cada serviço tornam-se agente propulsores e promotores do processo crítico e reflexivo sobre o próprio trabalho, contribuindo para transformar as práticas nos serviços de saúde.
Na perspectiva de mudanças nas práticas de saúde, a partir do processo de integração ensino-serviço para aprimorar a formação profissional, destacam-se os componentes chave para o processo de ensinar e aprender que devem ser considerados, a saber: Como? Quando? Onde?
E o que ensinar? Assim, com a finalidade de ampliar esse debate, apresenta-se neste capítulo algumas contribuições analíticas que são frutos de trabalhos como docentes, pesquisadores e extensionistas universitários, com inserção na saúde coletiva e na enfermagem assistencial, estes realizados desde a década de 90 e que se apresentam como estratégias para as demandas atuais de EPS.
O objetivo deste capítulo é refletir sobre o processo de formação em serviço como
dispositivo para desencadear o pensamento crítico sobre as práticas profissionais mais adequadas frente às mudanças epidemiológicas e às demandas populacionais emergentes na Argentina.
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