Educação do campo e luta de classe : experiência de educação do campo no “Projeto Vida na Roça - PVR” (município de dois vizinhos/pr)
Abstract
A tese desenvolvida a partir dos estudos etográficos trata de concepções e práticas da Educação do Campo implementada nas duas últimas décadas do século XX no Brasil, levantando questões sobre a experiência desenvolvida no Projeto Vida na Roça - PVR, entre os anos de 2004 a 2014, buscando apreender por meio das contribuições desta experiência, a análise da Educação do Campo a nível de país. Uma difícil tessitura a partir da concepção materializada pelos movimentos sociais em suas formas de luta e resistência, e de outro lado, o percurso feito com riscos e limites acerca da institucionalização da concepção. Diante destes pressupostos, tevese como principal objetivo analisar em que medida a Educação do Campo pode contribuir para o avanço de consciência que leva os sujeitos a inserirem-se nos embates políticos de seu tempo e, por meio deste envolvimento, ir avançando na possibilidade de "fazer-se classe". Nesse sentido, foi realizada uma incursão teórica a diversos conceitos, dentre eles, destaca-se: a constituição agrária do país, a produção do campesinato e sua formação econômico social, o desenvolvimento dentre as disputas de modelos, o papel do Estado, a instituição escolar, a Educação do Campo e o papel ímpar dos movimentos sociais na produção de referenciais transformadores e de embriões de classe. Por fim, frente às tensões que emergem com as forças sociais dominantes no campo, encaminhou-se para as perspectivas, cunhadas nas teses emancipatórias da classe trabalhadora, fundamentada nos referenciais teórico-conceituais da pedagogia socialista, que trazem para a análise a questão do conhecimento na perspectiva da formação humana. Considera-se que a Educação do Campo faz um aprendizado e produz uma síntese em sua trajetória histórica das populações do campo, de lutas contra a expropriação de suas terras, seu trabalho, sua cultura e, nesse processo, tem condições de continuar produzindo a resistência na medida em que organização e formação se imbricam na luta por uma pedagogia contra-hegemônica. The thesis developed from ethnographic studies, deals with concepts and rural education practices implemented in the last two decades of the twentieth century in Brazil, raising questions about the experience developed in the Project Life on the Farm - PLF, between the years 2004 to 2014, seeking to understand through the contributions of this experience, analysis of rural education at country level. A difficult organization from conception embodied by the social movements in their forms of struggle and resistance, and on the other hand, the route made with risks and limits on the institutionalization of conception. Given these assumptions, we had as main objective to analyze to what 'extent the rural education can contribute to the advancement of consciousness that leads subjects to reintegrate into political struggles of their time, and through this involvement, go forward the possibility of "becoming a class." In this sense, it was carried out a theoretical incursion into several concepts, among them it stands out: the agrarian constitution of the country, the production of the peasantry and its social economic formation, the development from the dispute of models, the role of the state, the school institution, rural education and the important role of social movements in the production of transformers and class embryos. Finally, against the tensions that emerge with the dominant social forces in the field, walked to the prospects minted in emancipatory theories of the working class, based on the theoretical and conceptual frameworks of socialist pedagogy, they bring to the analysis the question of knowledge in perspective of human development. It is considered that the rural education is a learning process and produces a synthesis in its historical trajectory of the rural populations of struggle against the expropriation of their land, their work, their culture and in the process is able to continue producing the resistance as far as organization and training are imbricated in the fight for a counter-hegemonic pedagogy.
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- Doctorado [66]
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