A physis e o pensamento ameríndio
Abstract
Elemento fundamental no pensamento greco pré-filosófico, physis reflete unidade, presença e relaçâo. Convertida em "naturans" pelos romanos foi, na modernidade, depura em "natureza" e com esse sentido passou a representar um domínio em face do qual a história e a cultura mantém uma relaçâo crescente de assimetria e exterioridade figuradas pela máxima cartesiana de que "o homen deve ser Mestre e Senhor da natureza". Fora do arco hegemônico do pensamento ocidental há, entretanto, percepçôes alternativas da natureza análogas á physis. Assumindo que para o que nomeamos natureza existe um plano originário - captado seja pelo pensamento selvagem, de Levi Strauss (1962), ou pela ontología anímica, de Tim Ingold (2000-2006) - o texto busca confluências entre a physis pré-filosófica e o xamanismo dos índios Galibi-Marworno da regiâo do baixo Rio Oiapoque e Rio Uaça (fronteira Brasil-Guiana francesa). Central in the pre-philosophical Greek thought, physis reflects unity, presence and relationship. Turned into “naturans” by the Romans and “nature” in modern times, it has come to represent a domain where history and culture develop a growing relationship of asymmetry and externality represented by the Cartesian axiom that man should be Lord and Master of nature. However, outside the arc of the hegemonic Western thought there are alternative perceptions about nature equivalents to the physis. Assuming that there is an original plan for what we call nature – captured by Lévi-Strauss’s savage mind (1962) or by Tim Ingold’s animic ontology (2000; 2006) – this text seeks similarities between pre-philosophical physis and the shamanism of Galibi-Marworno Indians in the Lower Oiapoque River and Uaçá River region (between Brazil and French Guiana borders).
URI
https://hdl.handle.net/20.500.12219/1545http://www.ava.unam.edu.ar/images/19/pdf/ava19_03_andrade.pdf
Collections
- Revista Avá [323]